Sim, o Esporte literalmente me salvou e me salva todos os dias. Nasci em uma família de esportistas de verdade, e o esporte sempre correu na veia. Meu avô era Educador Físico, meus tios avôs de um lado jogadores de futebol, meu outro tio avô um praticante e apaixonado pelo basquete, e meu pai jogador de futebol. Não tinha como, o esporte nasceu dentro de mim.
Acontece que ao dois anos descobri uma cardiopatia congênita grave, ou seja, nasci com um grave problema cardíaco e, por ironia do destino, a prática esportiva até aquele momento era não recomendada e perigosa.
Ainda criança comecei a frequentar hospitais e desde cedo entendendo a gravidade do meu problema. As idas para São Paulo sempre com o acompanhamento da minha mãe eram frequentes, e consequentemente comecei logo cedo a temer a morte. Com aquela idade, ainda não podia entender tecnicamente a gravidade do problema, mas eu sentia que meu problema era um tanto sério pelo envolvimento de todos. Eu sempre indo a médicos, as correntes de orações das avós e amigas, as correntes de orações das escolas, e outros.
Com tudo isso se passando, fui limitado de fazer atividade física. Lembro de não poder frequentar direito as aulas de Educação física e muito menos nenhuma escolinha ou modalidade esportiva.
Acontece que o Esporte pulsava dentro de mim e , mesmo com todas estas limitações, eu não conseguia parar. Eu gostava de correr, amava Bola e todas as minhas brincadeiras eram com esportes. Minha família escondia as bolas mas não escondiam as meias. Eu não tinha uma tabela mas lembro muitas vezes que os cestos de minha avó viravam a minha cesta de basquete e os aparadores de casam formavam belas traves de gol. Eu nunca parava. Qualquer coisa virava uma bola e tudo virava um jogo.
Ao 7 anos fui internado para ser operado. Lembro de ficar um tempo no hospital e após uma decisão de alguns médicos resolveram não me operar. O Motivo é que eu era assintomático. Não sentia dores, não tinha sintomas aparentes e meu condicionamento físico não era de quem tinha uma insuficiência cardíaca. Eu realmente acredito que o esporte já estava me salvando.
Aos 11 anos quando realmente comecei a crescer resolveram me operar. Mas eu ainda continuava sem sintomas e com um condicionamento exemplar. A cirurgia foi um sucesso e as coisas melhoraram depois disso. Lembro que o cirurgião quando me operou, recomendou que eu fizesse esporte. A Medicina já estava evoluindo e a prática esportiva mesmo para grupos de risco, já era recomendada com moderação e acompanhamento. Era tudo que eu queria e precisava ouvir.
De lá pra cá nunca mais parei. Jogava Basquete, Futebol, Tênis, Vôlei, Biribol., Futvôlei, Natação, Musculação, BeachTênis e qualquer outro que me convidassem. Resolvi então estudar Educação Física. Nunca pude evoluir e investir sério em nenhuma modalidade, o esporte para mim sempre foi recomendado com moderação. Não que eu tenha grandes habilidades, mas claro que como muitos já tive sonhos de ser um jogador. Acontece que fui percebendo que já sou um jogador. O Esporte não me deu fama e nem dinheiro mas me deu muito mais. O esporte me deu a vida. O Esporte me deu amigos e vontade de Viver. Quando entro em uma quadra, some aquele meu trauma de infância e meu medo de morrer. Confesso que se morrer praticando esporte esta tudo certo.
Percebi então que o Esporte ME SALVA todos os dias. ME SALVA de todos os pensamentos negativos que possam vir. ME SALVA pois ele me deu todos os ensinamentos e coragens para enfrentar minhas batalhas diárias. ME SALVA a ser sempre um melhor marido e pai.
Não preciso ganhar, não preciso ser o melhor e não preciso ter a melhor performance esportiva. A mais simplista prática esportiva diária mudou a minha vida e por isso quero mudar a vida de mais pessoas.
A FUNDAÇÃO SPORTS FOR SAVING QUER AJUDAR VOCÊ A SER MELHOR ATRAVÉS DO ESPORTE.